segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Por muitos anos acreditei que a natureza das pessoas e a consistência dessa natureza , acompanhavam a minha vida . Estava enganado . Vou com poucos , com cada vez menos . E de quem me afastei - ou de mim se afastou - desses , mais não tenho senão a estranheza de os ter amado ou odiado . Só os mortos serão os que foram , cristalizados onde se lhes acabou o impulso . Baudelaire escreveu que quem nãop soubesse povoar a sua solidão , não conseguia isolar-se entre a gente . Eu estou no estado-da-arte . Reconheço que tudo há-de ser passageiro e transitório . Pouco a pouco - de uma forma imperceptível - resumo-me : sou a criança sozinha .       

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